sexta-feira, 13 de março de 2015

Descobrindo-se grávida

Olá queridos leitores!!

Pensando na ambivalência de sentimentos e dúvidas que surgem durante a gestação, tendo início com os questionamentos a respeito da positividade ou não de gestação, estar grávida ou não, quais os sintomas e sinais, foi que decidi fazer uma publicação sobre as alterações fisiológicas da gestação, apresentando os sinais de presunção, os sinais de probabilidade e os sinais de certeza. 

Vale lembrar que para o diagnóstico de gestação é comum ter a amenorréia (ausência de menstruação) como o primeiro sinal, acompanhada de manifestações clínicas, modificações anatômicas, positividade dos testes laboratoriais, ausculta dos batimentos cardíacos fetais - BCF e percepção da movimentação fetal.

Sinais de Presunção


O primeiro sinal de presunção é a amenorréia ou atraso na menstruação, que faz com que a maioria das mulheres procurem os primeiros testes de gravidez. Contudo, importante citar que algumas mulheres que relatam menstruação no primeiro mês de gestação, na verdade estão se referindo ao sangramento natural que pode ocorrer no período de implantação, aproximadamente nove (9) dias após a ovulação. Esse sangramento na implantação ocorre devido a destruição de alguns vasos uterinos.

Outro sinal é o aumento da fadiga, isso acontece devido ao reajuste do corpo para acomodar o embrião, causando na mulher pequeno desconforto.
É muito comum também o aparecimento de mastalgia, ou seja, dor nas mamas, isso porque os hormônios responsáveis pela lactação começam a agir.
Outro sinal é o aumento do número de micções, com diminuição do volume da urina (polaciúria), que acontece por causa do aumento do tamanho do útero que empurra a bexiga e causa sensação de bexiga cheia.
Outros sinais são o aparecimento de náuseas e vômitos, os quais as causas não são totalmente claras, mas acredita-se estar relacionado com os níveis sanguíneos de beta-HCG, utilizado para detecção de gravidez.
A salivação intensa também é outro sinal, isso porque ocorre o aumento das glândulas salivares durante a gestação, causando esse sintoma de hipersalivação.
Outros sinais de presunção é o aumento, diminuição ou perversão do apetite e aversão por certos odores.
Também é comum a presença de desmaios (lipotimia) gerados por ligeira queda da pressão arterial (PA) na gestação, consequência do aumento da pressão venosa nos membros inferiores por compressão do útero.

Sinais de Probabilidade


Um dos sinais de probabilidade é o aparecimento de lanugem, conhecido também como Sinal de Halban, esse aparecimento se dá pela ação do hormônio estrogênio, que ativa o crescimento dos cabelos e pêlos.

O aumento do estrogênio e o aumento de pigmentação na gestação também leva ao aparecimento de cloasma gravídico, manchas faciais, principalmente na região das bochechas, nariz e testa.

Na mama outros sinais são identificados, como o surgimento de uma aréola secundária, também conhecida por Sinal de Hunter, que representa a formação de uma aréola mais clara ao redor da aréola primária. Surgem também os tubérculos de Montgomery (bolinhas na aréola primária) que são glândulas sudoríparas e sebáceas, cuja função é dar maior resistência à pele. A mama ainda conta com o aumento da vascularização, chamada de Rede de Haller, onde fica visível a presença de vasos na superfície da mama. Por último, observa-se como sinal de probabilidade para a gestação o aumento do volume das mamas.

No abdome é normal observar o aumento do volume abdominal, isso porque o útero também está aumentando seu volume e, perceber o aparecimento da linha nigra, uma marca que divide a barriga no meio, ela fica na mesma direção do umbigo e está associada com o aumento do hormônio estrogênio e a distensão abdominal.

Outro sinal é o aumento da vascularização na região da vulva, sendo comum um roxeamento da região, devido ao aumento do volume sanguíneo.

E por fim, o teste imunológico de urina (TIG) positivo.

Cloasma, Linha nigra, Sinal de Hunter, Tubérculos de Montgomery e Rede de Haller. 


Sinais de Certeza


Nesse momento o concepto adquire volume perceptível, geralmente a partir da 20a semana de gestação, onde é possível fazer a palpação.
Surge a percepção da movimentação fetal, espontânea ou provocada pela palpação, o que acontece aproximadamente por volta da 18a e 19a semana de gestação.
A ausculta do BCF é audível a partir da 10a semana com o Sonar Doppler e a partir da 18a e 20a semana de gestação com o estetoscópio de Pinard. 
Outro sinal é a visualização do embrião (chamado dessa forma até 8a semana de gestação) ou feto (chamado dessa forma a partir da 8a semana) na ultrassonografia (USG).

E por fim, tem-se também o sinal que representa a positividade dos testes de identificação do beta-HCG no sangue e na urina.

Portanto, vale salientar que os sinais foram apresentados de forma aleatória, podendo ser identificado ou não, um ou mais sinais concomitantemente.

Nas próximas publicações falarei mais especificamente sobre cada modificação fisiológica no corpo da gestante.

Beijos!!

Fontes:
Willians. Obstetrícia. 20a Edição. Guanabara Koogan.
Neme B. Obstetrícia Básica. São Paulo. Sarvies, 2006.
Enkin M et al. Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulga novas regras para a realização de partos no Brasil

Olá queridos leitores!

Nesse primeiro post vou falar sobre a nova legislação da ANS, publicada em 07/01/2015, a qual traz mudanças a serem adotadas pelas operadoras dos planos de saúde, como por exemplo, a introdução do cartão da gestante durante o pré-natal, a utilização do partograma no trabalho de parto e a disponibilização de percentuais de parto cesariano e parto normal, tanto do estabelecimento quanto do médico.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou uma resolução que estabelece normas para estímulo do parto normal e a consequente redução de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar.
As novas regras ampliam o conhecimento das usuárias de planos de saúde, assegurando o direito de solicitarem às operadoras os percentuais de partos cirúrgicos e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. As informações deverão estar disponíveis no prazo máximo de 15 dias, contados a partir da data de solicitação.
As regras foram apresentadas pelo Ministro da Saúde, Arthur Chioro, e os diretores da ANS (06/01), em Brasília, e passam a ser obrigatórias em 180 dias.
Dados disponibilizados pela ANS mostra que atualmente 23,7 milhões de mulheres são beneficiárias de planos de assistência médica com atendimento obstétrico no país.

Atualmente, no Brasil os percentuais de partos cesáreos chegam a 84% na saúde suplementar e 40% na rede pública, enquanto que o recomendado pela OMS é de 15%.
A cesariana desnecessária, sem indicação médica real, ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. No Brasil, aproximadamente 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis estão relacionados com a prematuridade.

Outra mudança trazida na resolução diz respeito a utilização do cartão da gestante, tornando obrigatório o fornecimento deste pelas operadoras, no qual deverá constar o registro de todo o pré-natal. Assim, qualquer profissional poderá ter conhecimento sobre o decorrer da gestação, proporcionando um melhor atendimento quando ela entrar em trabalho de parto. O cartão deverá conter também informações para que a mulher tenha subsídios para tomar decisões e vivenciar com tranquilidade todos os momentos do trabalho de parto ao nascimento.

Ainda, será de responsabilidade das operadoras a orientação dos obstetras para utilizarem o partograma, documento gráfico onde são feitos registros de tudo o que acontece durante o trabalho de parto. O partograma passa a ser considerado parte integrante para o pagamento do procedimento parto.
Com a fiscalização e sua obrigatoriedade, os profissionais de saúde terão que aguardar a gestante entrar em trabalho de parto, diminuindo os nascimentos agendados, os quais não são recomendados pela OMS.

Vale lembrar que a cesariana não é proibida, contudo ela é uma cirurgia de grande porte que deve ser utilizada somente em caso de emergência, em situações onde o parto normal não é possível, pois apresenta percentuais desfavoráveis tanto para a mãe quanto para o bebê quando usada desnecessariamente.
Em breve trarei um post falando sobre as reais indicações da cesariana.


Fonte:  http://www.ans.gov.br/aans/noticias-ans/consumidor/2718-ministerio-da-saude-e-ans-publicam-resolucao-para-estimular-parto-normal-na-saude-suplementar
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/saude/parto-normal-7111.html
Resolução: http://www.ans.gov.br/index2.php?option=com_legislacao&view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=2892